Quarta-feira, 31 de Agosto de 2005

Actos de coragem nas traseiras de Portugal

Um responsável do urbanismo da Câmara Municipal do Porto, quando denuncia situações muito graves, é :
Um acto de grande coragem.
Um Bombeiro que se manda com tudo o que tem, para a frente de um fogo, é :
Um acto de enorme coragem.
Um jovem compositor que se dê à morte, a cantar em Português, é :
Um acto que pode responder a um apelo mais do que o seu próprio presente. Consciente ou não, vem contra a maré.
Um qualquer político que, vindo do mercado de trabalho e não de uma jota de jovens parasitários, se entregue à missão de servir uma causa pública, e não o partido e os interesses que o suportam, é :
Uma pessoa séria, ou seja, um acto de grande coragem em terra de espertos.
Uma ou um enfermeiro anónimo, que dão diariamente dignidade e afecto, ao sofrimento sem cara, por vocação, já que, tais coisas não constam nos benefícios da penincilina, é :
Um dos actos mais extraordinários de que o ser humano é capaz.
Um partido político que integre os cidadãos da grande população africana, com todos os direitos iguais aos nossos, é :
Ou seria, um facto de tão inédito, um intervalo de lúcida coragem colectiva, e um grandioso acto de histórica coragem.
Uma pessoa que se exprima artisticamente em diversas áreas, que viva a muito ou pouco custo do seu trabalho sem o apoio do Estado, e não precise de dizer mal dele ciclicamente para sobreviver à falta do seu próprio talento, é:
De tal maneira , um acto de coragem, que deveria ser medalhada ao dia 10 de cada mês.

Muitos e muitos mais se afirmam nas traseiras de Portugal, mas apetece perguntar:

O que é a normalidade?
publicado por João Gil às 00:23
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Segunda-feira, 29 de Agosto de 2005

Qual é o eco ?

Seguindo as pistas de Umberto Eco, deixadas neste seu último, que sinais encontrariamos nós, em nossa volta,
que nos fizessem chegar à nossa pessoa em caso de amnésia, sem nos perdermos?
Se vieres pelo mar encontras um belo País, que, embora triste, se faz rodear de imensas euforias.
Um belo País, povoado de leitõezitos que para o ano já cá não estão, é certo, todavia preenchido com gente muito gentil.
Um cantinho apetrechado das mulheres mais bonitas que há memória, mas que elas ainda não perceberam, de tão inseguras, que fazem de seus homens ainda mais do que elas, seres necessitados de suas mães, de tanto infantis demonstrarem vida fora. Bem, uns para os outros.
Um País que discute, e vive acaloradamente as amarguras de um simples guarda-redes. É dómem dolmen!
Um País altamente mal frequentado, cheio de gentinha que apanha dinheiro do chão. É verdade!
Que tão cheios de seu peito, afincadamente labutam para os interesses dos que realmente têm o poder, levando o nosso voto. Sim, sem dúvida!
Os que pensam por tudo isto dizer, se convençem, que por esta via têm garantida a entrada directa no ceu? Mentira!
Não chega!
Já não chega dizer mal!
Aqui tens uma boa pista, mas atenção que os italianos não são muito diferentes. Continuo???

Encontras um País que ainda vive na era do betão, que ainda não descobriu que passear no jardim pode ser bom.
Claro! Que se saiba, ainda não foi encontrado um voto ao pé de uma árvore.
Mas olha:
Não penses que é tudo mau. Nada disso. Quando deres por ti, vais finalmente entender que:
Chegaste a tua casa.
É esta a tua casa.
Somos nós, a tua família.
Nessa altura, liga-me que eu vou ter contigo.

Incondicionalmente!
publicado por João Gil às 23:35
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This is cnn

Acabadinho de chegar, com os dedinhos em riste, mortinho por desassossegar, inquieto como de costume.
- Isto é um vício!
depois de um fim de semana em estrada, com S. Martinho do Porto como passagem para mais um escaldão.
- Amigos que nascem nas areias não se enterram no Verão, nem acabam com Agosto!
Podia ser uma canção, fraquita, cheia de frases batidas, chapa gasta. É melhor não, e além disso, os amigos devem ser protegidos.
Se calhar, em Inglês soava bem e... não machucava o pergaminho.
- Voltarei no Inverno, em pleno nevoeiro, nem que seja noutra dimensão, noutro tempo, nas rua dos cafés, antes do betão...

Na rádio ouve-se acerca da chegada do furacão a New Orleans. Abro a porta de casa, pouso a mala, e...
vou a correr para a CNN, ver a cena:
Carros em fuga na autoestrada, e o Larry King de suspensórios em suspense, ponderado mas algo grave, fala com o repórter na zona.
Macacos me mordam, mas há aqui qualquer coisa de espectáculo especulativo.
O que irá acontecer? Pergunta-se.
Zapingo pelos canais de Portugal e nada... estranho! Ok, os directores também fazem safaris.
A sério, estou a brincar.
AH! SIC Notícias. Boa !
Impressionante. Algo de estranho acontece no planeta Terra. As tragédias são distribuídas meticulosamente.
Por todos. Por Deus. Só pode!
Por mim, punha o Katrina lá para os lados do Katrino, a fazer estragos nas aves que andam constipadas, e deixava o povo da Nova Orleães em paz, a dedilhar a bela da sua música em baloiços, debaixo dos telheiros das casas de madeira que vemos nos filmes, mas não mando.
Admirável o que Americanos fazem para se protegerem.
Nem tudo é mau concerteza.
Vou para intervalo.
Volto já.
publicado por João Gil às 02:13
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Sexta-feira, 26 de Agosto de 2005

A Senhora de certa idade

Ontem, numa das tasquinhas ao pé daqui de minha casa, depois de mandibular um bacalhauzito singelo,
peço um café, ponho os oculos que me dão sempre alguma credibilidade, abro o jornal pelo sítio do costume,
vou para ler, nisto toca o telefone, e ouço o seguinte diálogo:
- Olá minha senhora como está, há quanto temmmmmmpo? Boazinha?
Aqui, pelo timbre e pelo mimo, entendi, do lado de lá, alguém de certa idade.
- Siiiim...já sabe. É o costume: os bifinhos, o bacalhau, o cozidinho,
A boa da senhora perguntava a ementa para ganhar o tempo da escolha.
- Sim sim. Está muito bem...claro, um caldinho do cozido também.
A senhora de certa idade tinha-se decidido pelo cozido à Portuguesa.
Desliga o auscultador do telefone preto, vira-se para a cozinheira e diz bem alto:
- Pensava que esta já estava morta!
Resposta da cozinha:
- O quê, ainda está viva?
Faço sinal com os dedos para pagar e...
- É a continha é ?
Abanei com a cabeça, boquiaberto ...

Não me consigo abstrair deste episódio.


Vasco Gil
publicado por João Gil às 19:08
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Quarta-feira, 24 de Agosto de 2005

Mastiguem devagar

" Apenas uma boca. A tua boca
Apenas outra, a outra tua boca
É Primavera e ri a tua boca
De ser Agosto já na outra boca

Entre uma e outra voga a minha boca
E pouco a pouco a polpa de uma boca
Inda há pouco na popa em minha boca
É já na proa a polpa de outra boca.

Sabe a laranja a casca de uma boca
Sabe a morango a noz da outra boca
Mas sabe entretanto a minha boca

Que apenas vai sentindo em sua boca
Mais rouca do que a boca a minha boca
Mais louca do que a boca a tua boca "

David Mourão Ferreira

Este é um dos mais belos Poemas que eu conheço.
Que melhor alimenta e sacia o cio da fome.
Não resisto...
Salivo...



Elliott Erwitt
publicado por João Gil às 18:39
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O instinto da eternidade

Há notícias que, em sede própria, jamais seriam dadas.
Deveriam sempre, em qualquer situação,
serem acautelados e protegidos os nossos instintos da eternidade.
Vou fingir, e nem quero saber.
O pianista é outro que se faz passar pelo Outro.
E o grande Lance, será que...?

Agora o tempo é já outro.
Tudo é mais depressa.
Por isso:
A memória também.

Não acredito!
É inaceitável!



Lara Rossignol
publicado por João Gil às 00:19
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Terça-feira, 23 de Agosto de 2005

O PODER ESTÁ NA NOSSA TECLA

XIIIIIIIIII.
Leram o artigo que Vital Moreira assina hoje no Público?
A focagem está na Blogosfera.
O título é:
o "quinto poder"?

Encham o peito, camaradas de vocábulo erguido.
O poder ainda pode cair pelo teclado.
A nossos dedos.
publicado por João Gil às 18:01
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O Estado Couve

Caaaaaaaaalma.
Não estou a falar do nosso estimado e apreciado País, das suas praias, comidas, o seu povo afável e afins.
Nã Não!
Sou mesmo eu, o próprio do estado couve em que me encontro.
Acordei com uma daquelas dores de garganta à puto.
Engolir é uma empresa árdua a que me sinto obrigado apenas por exigências estômacáis (deve ter acentos a mais, não?)
-Estomacais, ó bruto!

É um Já visto.
Ter anginas em Agosto.
Mal acordei, liguei para minha irmã a seguir, que sabe do assunto a potes, a quem a família recorre sempre que tem dores de todo o tipo. Ela, que merecia uma prenda a dobrar, mas a pobre "infeliz" nasceu no dia 24 de Dezembro. É muito azar.

Diz então a Doutora que o ar anda desregulado de ozono e outras coisas, e, portanto, as urgências não têm feito outra coisa.
Atenção, pois então, ao ar que se respira. Sim, mas também não podemos andar para aí de mola no nariz.
O vizinho ao lado, na passagem de peões, desconfiaria imediatamente da sua auto-estima (ou amor-próprio, que tb soa bem).
Claro, neste estado couve em que me encontro só me ocorre;
Não quero um rasca!
Mãe.

-Os homens são sempre a mesma coisa.
-Que frágeis.
-Não perdem uma, para exibirem o seu queixume.
-Que falta de paciência.

- Então como é que exibimos a nossa sensibilidade que vós tanto apreciais?
- O nosso lado feminino tanto em voga?
- A nossa vulnerabilidade que de aspectos sexys se pode revestir?
- É preciso ter os ossos à vista?
- Ter um ar esquálido e talvez pensem que nós pensamos, embora só de quando em vez?
- Eu recuso-me a tal demonstração de neo-matrafonismo por ruas de Lisboa.
- Aliás, já pensaram que os homens que viram matrafonas, em Torres Vedras, levam aquilo demasiado a peito?
- Espelham muito bem o seu ideário feminino, e gostam mesmo de vestir aquelas meias de rede rotas.
- Fetiches populares, enfim...


- Ok!
- Assumo!
- Tenho mimo!
- E, tenho saudades da minha mãe.
publicado por João Gil às 16:04
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Sobre as fotos

Para os menos informados:

Quem quiser comentar com fotos, e não sabe como, pode abrir um conta no http://www.photobucket.com/. Inscrevam-se.
A partir desse momento, podem enviar uma série de fotografias para o vosso espaço no servidor. Qualquer foto passa então a ter um endereço próprio(ou URL) que pode ser linkado ou inserido num post.


Ilustro:
Acordo bem-disposto.
Envio uma foto de Mark Tucker, que fica com o seguinte endereço (http://img.photobucket.com/albums/v11/morris/nattoes.jpg) na minha conta.
Já posso deixar este link numa qualquer caixa de comentários. Ou então deixar a própria imagem aqui neste mesmo post. Para o fazer,insiro o comando html que aparece no photbucket e voilá:


Mark Tucker.

Não é difícil, experimentem. Ah, respeitem os direitos de autor, evidentemente.
publicado por João Gil às 11:31
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Pensar alto

Não me entendam mal.
Por favor!
Pensar alto...pensar alto....

Não é pessimista aquele que acredita nas pessoas.
Não é pessimista aquele que dá um voto não por amor, mas calcula ser o melhor para todos.
Não é pessimista aquele que aponta o dedo e discute as coisas.
Não é pessimista aquele que deixa de acreditar em esquemas.
Não é pessimista aquele que apenas anseia compreender tudo à sua volta.
Não é pessimista aquele que, entregando-se a tudo, acredita estar vivo e, por isso, está mais vivo.
Não é pessimista aquele que acredita haver sempre uma solução.
Não é pessimista aquele que se questiona.

Todos podemos ser.

Às vezes.
publicado por João Gil às 03:50
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