Sábado, 31 de Dezembro de 2005

2006










Flutua
Voa
Eleva
Corre
Pensa
Deduz
Olha
Toca
Suga
Planeia
Ouve
Suja
Apaga
Mata
Segura
Sua
Diz
Diz
Diz


Diz
publicado por João Gil às 17:21
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Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2005

Estamos Juntos




Meu estimado e querido Quase diário:
De acordo contigo, a última crónica 2005, deveria exigir
outra roupinha...
Isto não são maneiras de te escrever...
Mas tu, com as costas largas, já sabes.

Nestes dias lembro-me sempre de meu Pai.
Natural!
Pegava no cinzeiro mais à mão e... zás janela fora.
E nós todos lá em casa, pensávamos se não seria
o desejo, embora não correspondido, de largar aquela droga da merda dos cigarros.
Ao dia primeiro, a primeira coisa que fazia era puxar do cigarro,
depois de um pequeno almoço, rápido pretexto.
Aquela maldita tosse matinal que não me larga os ouvidos.
Se ele tivesse largado aquela porcaria, enfim...
Estava escrito!
Mas voltando,
O que é que vou deitar fora este ano?
O que nós deveríamos deitar fora deste ano?

Seria tão óbvio que não me atrevo ao consenso natalício.
Estamos, nesta matéria, justamente de acordo.
Coisas como a Paz, a Saúde... por aí fora fazem parte do desejo comum,
todavia, necessariamente diferentes, os caminhos tortuosos e divergentes.
Os partidos alternam nos favores às suas clientelas, e a coisa equilibra-se.

Apresenta-se o contrário disto tudo, como o mais excitante e inovador.
O que guardar deste ano?
É isso que te venho propôr.
Pensa nisso, porque será isso que nos faz caminhar aqui,
enquanto houver, esta estrada para andar, neste caso é mais Palmar.

Gostei de iniciar esta nossa conversa à vista de todos.
Creio que te protegi de alguma maneira,
O teu gato, os peixes, os teus filhos, os amigos,
Ah! O papagaio, embora aqui eu seja o teu químico,
a tua figura anexa, o teu xerox.

Estamos juntos.
Sempre!


Até!
publicado por João Gil às 18:30
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Ir a Allen pensando ver woody

Ó Quase:

O C.C.B. encheu-se para uma sessão especial de cinema.
Era um dia único.
Juntou-se o povo para ver a retrospectiva dedicada a Woody.
Como nem sempre é possível ver o realizador ao vivo,
este tipo de eventos raros revestem-se sempre de algum aparato extra.
Um certame!!!
A RTP mandou o seu repórter de charme.
A SIC e a sua pequena brigada de riso.
A TVI já se sabe.
Vieram todos a correr, numa espécie de ciclo da cinemateca.
Qualquer coisa de anos cinquenta em pleno Salazarismo,
recebendo uma estrela de cinema qualquer.
Então, lá foram todos, só que para azar,
a máquina de projecção avariou, pifou, deu o berro.
Apenas se ouviu a música... para além dos impropérios ao afamado marreco.
Uns senhores assim... já entradotes, entendes?
Qualquer coisa de... quê?
New Orleans creio, bem! Não estou lá muito seguro.
Não interessa.
Foram ver o Woody Allen, mais nada, pronto!
Não te ponhas com coisas.

Um dia, caro quase, fui a Roma ver o Papa e,
por falta de Papa, acabei por ver Roma.
Nada mau.
Tens a certeza que o pessoal foi ouvir música?

Sim, tens toda a razão.
Desculpa-me!

Há quanto tempo não ouvia esta palavra... certame.

Bué antiga!


publicado por João Gil às 00:01
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Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2005

Uma bica e um blogue





Ya! Quase, tá-se?

Não sei bem porque te abordo assim.
Tantos os que duvidam deste género.
Ouvi há dias atrás um daqueles tipos,
digno representante de grupos empresariais,
misturando tudo e todos, num saco enorme de incompetentes
que não se podem comparar a jornalistas,
muito menos, substituir a imprensa credível...continuava o dito.

Praguejei e arrematei com galhardia:
Este tipo está com medo!
Gritei para o aparelho de rádio.

Estranho, o edifício literário em que vivemos.
Dominado pela ausência de regras,
ouso praticar a invenção das palavras quando calha.
Saio à rua e, zás!
Caio atingido por um raio.
Sou um fulminado, seja cão, e ladro porque não!
Somos todos iguais nessa net!
Cantava o Lins.
A delinquência da escrita de rajada?
A falta de rigor verbal?
O meio mal frequentado?
Será que esta nossa comunicação sanguínea,
retira-lhes protagonismo manipulador?
Mas, alguém pretende?
Por mim...
A todos eles o belo traque pois então.

Traga-me um café e uma água, por favor...
publicado por João Gil às 01:22
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Terça-feira, 27 de Dezembro de 2005

TV laica




Bom dia meu quase diário:


Ah! Ah! Ah!

Nesta "igreja" estatal, muito visitada pelas comunidades
de língua Portuguesa, a fé cristã é espalhada quase diariamente.
Um padre cantor à paisana, que simpaticamente se chama de Borga..., um palácio respeitado que se apelida das Necessidades,
um cemitério que de Prazeres se enterra... enfim, são os mistérios da língua Portuguesa.

Não tenho nada contra a omnipresença do Senhor pela voz daquele simpático também senhor padre, mas não te entendo, ó meu querido estado laico equidistante e justo.

Não te preocupes, nós somos todos uma cambada de carneiros, e andamos cá para ver andar os outros.
Afinal, as escolas primárias não têm audiências que se vejam por aí e além.

Deixa lá.
publicado por João Gil às 12:32
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Vietato!



Ó Quase:

Aprendi tanta coisa contigo que já me esqueci de muito.

Era proibido proibir, lembras-te?
Que havia mulheres que jamais deveriam conhecer a dor.
Que homens havia, em nosso altar para sempre acenderiam.
Que iríamos lutar até à exaustão.
Que a cedência nem por nada, seria concedida.
Que a nossa consciência seria algo de novo.
Que a liberdade não teria palavras.
Que a música pela respiração se daria a revelar.
Que aos velhos não faríamos o mesmo.
Que daríamos sempre conta do recado.
Que a inveja dos merdosos seria a única arma que teriam.
Que o sexo não seria escondido.
Lembras-te?
Continuo por cá.
O mesmo.
Não há saída, disseste um dia, para quem, beijo ante beijo, se faz convidado à alma dos outros.

Digo-te:
Há mulheres que só por serem, darei lugar no meu autocarro.
publicado por João Gil às 01:16
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Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2005

A nave

Então Quase, estás bom?

Tive sorte.
Livros e vinho tinto.
Gosto.
Tocar nos livros.
Se fosse o super homem dava-lhes uma vista de olhos.
Assim, pego neles, viro-os, cheiro-os, e dou-lhes a volta.
Há putos como eu que recebem uma data de prendas, fingem ser distraídos e tal, mas não as perdem de vista.
Um dia vou pegar-lhes:
Trinta por uma linha farei deles quase que rotos e maltrapilhos, pelas mãos estafados antes que alguém lhes faça um filme.
Os livros?
São para ler e deitar fora da boca.
Junto-os todos lá atrás e esqueço-me deles até me lembrar.
As palavras chegam e partem numa nave.
Aceno com o lenço branco sempre que vejo um livro ao aproximar-se no horizonte.
Leva-me daqui as palavras, desampara-me esta loja, e limpa-me esse convés, homem de Deus!
Quando acostares, levanta bem os braços para te ver.
Gosto dessa cara que fazes quando me vês chegar.
Agora vai, aproveita esta chuva,
esgueira-te pelos intervalos dela,
e vai, vai e leva-lhe um beijo como deve ser.
publicado por João Gil às 03:24
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Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2005

Zona G

Olá meu diário G:


A zona gástrica demonstra ser a mais dominante e complexa do intestino cujo.
Toda a nossa vida é regimentada pela alimentação.
Que merda!
Animais fingidos de petulâncias várias que aparentam não ter fome.
Coitadinhos de nós.

Sempre que posso, mergulho num qualquer prato que justifique o pretexto do azeite.
Uns singelos salmonetes, são muitas vezes, o ponto de partida
para uma ideia tão original, como a existência do universo.
O carbono com o pão azeitado, os legumes cozidos, aconchegam a batata esquecida da sua fase clerasil.
Dantes pensava que as pessoas chegavam tarde ao início do teatro por motivos de exposição no hall de entrada.
Não, tudo se prende com o atravancamento da hora de jantar.
O País de Portugal tem um G de gastro, tem uma zona de prazer, que está perto do seu intestino, a nossa tripa colectiva.
Não elevamos o nosso espírito no estado de vazio G.

O povo com os seus penteados cheirosos vai à revista num sábado à noite... de barriga vazia?
Nunca!
Jamais!
A piadinha fácil nem se levanta nem se ri, mesmo que à velocidade foda-se.

S.Carlos, noite fria em dia de estreia, um perfume suave e envolvente sai do pescoço mesmo à minha frente.
Meto uma pastilha elástica e, disfarço... a fome.
Será que conseguimos apreciar alguma coisa assim, vazios e esburacados que nem passe vites?

Por exemplo e sem ofensa:

Mário Soares: Cozido à Portuguesa bem servido e farto só de ver.
Cavaco Silva: Cataplana de Cherne descongelado no micro-ondas.
Manuel Alegre: Iscas à Portuguesa, enjoativas e demasiado grossas.
Jerónimo de Sousa: Ensopado de Borrego com batatas a mais.
Francisco Louçã: Perdiz estufada à Seminarista com batatas e ervilhas armadas ao pingarelho.

Por vezes, ouço-os ao longe, todos eles, muito bem sentados na sua própria voz.
Fará sentido?

Cá para mim, farei um arrozinho de cabrito com míscaros,
e convidarei o excelente e competente Garcia Pereira, para ouvir de sua justiça, isto porque os canais de TV, decidiram cozinhar numa panelinha, onde apenas se cozem os pratos institucionais de apenas cinco sabores.

O incrível, é que a maior parte das pessoas com má digestão, somatiza e manda tudo lá para baixo, adquirindo
azias, úlceras e coisas do género, tendo um péssimo acordar, e claro,
um feitio de trampa... até comerem algo açucarado.

Que pena!
publicado por João Gil às 23:44
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Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005

Uma salsicha emotiva


Braga por um copo


Meu Quase:
Que tal vai a coisa?
Sentes-te bem?
Ainda não rebentaste com tanta comidinha boa?
Ele é grão
Ele é cozido
Ele é bacalhau
Ele é tudo

Será que tu também recebes montes e montes de SMSs de Natal e Ano Novo, desejando o mesmo para todos indiscriminadamente?
Não me entendas mal!
Claro que desejo o mesmo, mas não se trata disso.
As pessoas como tu gostam de um tratamento singular, não?
Calculo que dê algum trabalho, mas caramba!
Tudo igual para todos de seguida?
Tipo salsicha emotiva?
Daquelas que, por timidez, volta para trás?
Tipo cagalhão popular, ou resquício de prisão de ventre materno em versão um pouco mais cuidada?
Sabes?
Já nem leio.
Já não respondo sequer.
Os meus amigos não gostariam de saber que ando para aí
a distribuir abraços por atacado,
juras falsas de amor pouco sério.

Há um lado que me encanta na frivolidade
de quem, muitas vezes, espalha simpatia avenida acima.
No entanto, irrita-me solenemente o esbanjamento afectivo,
esticando as peles do coração no passeio da lista de contactos abaixo.

Mas, reconheço o imenso conforto de quem recebe um SMS inesperado.

Liga-me!
publicado por João Gil às 02:05
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Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2005

Jorge de Sangue




Meu estimado:
Sabes que é verdade.
Eu sempre gostei deste homem.
Sempre o admirei.
Temo por ele.
O meu irmão mais velho que já não tenho.

Há amigos como ele, que se eu pudesse, faria uma espécie de pacto,

Irmão de sangue.

Jorge,

Cuida de ti.
publicado por João Gil às 04:50
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